quinta-feira, 15 de julho de 2010

Da minha janela

Moro em frente a uma linda praça, depois dela, praticamente anexa, uma escola de ensino fundamental (crianças de 7 a 15 anos). O que vejo pela janela, enquanto escrevo este texto, são moradores felizes, passeando com seus cães, esperando, entre um papo e outro, que eles defequem bem ali, na grama. Na mesma grama que logo as crianças da escola, e outras da cidade, vão brincar. Algumas jogam capoeira nesse espaço. Os donos das fofurinhas caninas não carregam consigo nenhum acessório para a coleta dos dejetos de seus bichinhos e seguem embora para retornarem no dia seguinte – que sá no mesmo dia.


As crianças da escola, juventude revelada na energia para correr, brincar, correm  à padaria ou à lojinha da esquina para comprarem seus lanches, balinhas ou chicletes. Elas, antes de partirem para suas casas, lançam ao chão as embalagens de tudo que consumiram.

Gostaria de retratar outra praça:
“Da minha janela vejo a praça, que fica repleta de moradores, alguns passeiam com seus cães, que, inadvertidamente, lançam seus dejetos ao chão, mas que de pronto são recolhidos por seu dono e levados à lixeira. Um policial que observa a tudo e gentilmente ajuda uma senhora a atravessar a rua – mas que também adverte um visitante sobre o papel que jogou ao chão. As crianças, na saída da escola, brincam sobre a grama limpa e bem aparada, jogam capoeira, correm para a padaria e para a lojinha da esquina, compram suas delícias e guardam os papéis e embalagens em suas mochilas, para que possam, ao final da brincadeira, antes de irem embora, depositar tudo na lixeira mais próxima – se bem que algumas acabam mesmo levando pra casa e lá jogam fora.”



Infelizmente a realidade é triste e suja. Porém, chegar ao meu ideal seria possível. A figura do policial intimidaria os mais porcos, as crianças poderiam sair de suas aulas já conscientizadas por seus professores (que sempre dariam o exemplo). O Estado veicularia na mídia propagandas com cidadãos conscientes jogando o lixo no lugar certo, exibindo uma cidade limpa onde coco de cachorro não seria deixado no chão.

Educador, oriente seus alunos, não uma vez apenas, mas todos os dias, afinal as crianças vêem diariamente o lixo sendo lançado ao chão.

Cidadão, constranja o porcalhão.

Porcalhão, tenha vergonha na cara, respeite os outros, não jogue o lixo no chão, guarde-o consigo até que encontre o lugar adequado para jogá-lo e, por favor, recolha os dejetos de seu animal.

Autoridade policial, repreenda o porcalhão.

Estado, faça alguma coisa, o Brasil merece ser como os países de primeiro mundo também na apresentação de suas vias e praças.

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